terça-feira, 28 de abril de 2015
Carretilha. Mudança? Medo? Evolução? Ou apenas ser diferente?
Gostaria de expor essa questão que tanta polêmica causa e que para muitos é um bicho de sete cabeças. Não estou aqui de nenhuma forma diminuindo o molinete nem dizendo que ele é melhor ou pior isto é apenas um relato da minha experiência.
No dia 05 de Novembro de 2011 decidi mudar, mas me recordava das péssimas experiências que tive com carretilhas pescando de bait, era linha que embolava ou estourava e se perdia isca, linha e etc. Então resolvi desfazer do material de bait, mas a carretilha ficou. Uma Ms Brisa 10.000 com linha de multifilamento 30 lb.
Marcava a pescaria, levava a carretilha mas na hora o medo surgia e não a usava, ficava pensando, vou arriscar estragar o tempo que tenho de pegar peixe para ficar tentando pescar com carretilha?
Fui pesquisando, fui pensando e reunindo informações obtidas com amigos e na internet. No dia 05 de Dezembro de 2011 marquei uma pescaria na praia das Neves e pensei assim “vou deixar todos os molinetes em casa, assim sou obrigado a me virar com a carretilha”. Lá fui eu, uma Casini Tryana e a Brisa 10.000 com linha de 30 lb (meio exagerado).
Primeiro arremesso tudo ok e um pampinho, segundo arremesso um PT e assim foi, errava um arremesso e outro mas estava indo. Voltei pra casa com a alma lavada com o balde lotado de pampos, galhudos e PTS, também analisando a pescaria, percebi algumas vantagens:
1- Precisão no arremesso.
2- Sensibilidade devido à linha de multifilamento.
3- Não era necessário arranque.
Estava muito feliz por ter rompido o obstáculo do medo.
Mas o que me levou a querer pescar com carretilha? É simples, fisicamente é provado que com o devido treinamento a distância alcançada é maior, mas até o momento eu apenas pescava com perfil baixo, na meia agua e beirada, assim fui seguindo com a pescaria somente com carretilha a curta distância.
No dia 3 de Junho de 2012 ganhei de um amigo um caniço e uma carretilha de fundo, foi dito por ele o seguinte “quero que você evolua meu amigo”. A partir deste dia comecei a pensar, “Evolução? Porque?”.
Comecei a assistir vídeos de grandes arremessadores alcançando distâncias absurdas e somente com carretilhas, assim fui entender a frase do amigo no dia em que ganhei o conjunto.
Buscando na História a carretilha foi criada antes do molinete, com o passar dos anos o molinete foi ganhando espaço e sendo mais difundido e utilizado devido a sua facilidade de aprendizado. Eu pensava que a carretilha era algo apenas cultural de alguns países ou só quem usava carretilha era gente velha, essa era a impressão que eu tinha.
O dia da mudança por completo estava chegando. Comecei a levar o equipamento de fundo para praia, mas acontecia o mesmo que antes, acabava ficando no carro com medo de me arriscar, e o medo de passar vergonha na frente dos colegas?
Então pensei, eu posso fazer igualmente aos tarados que vi na internet, procurar um lugar descampado e treinar. Treinei durante quatro meses três vezes por semana até ao ponto de dizer “Agora posso pescar de fundo com carretilha”
Mas uma nova barreira estava começando a surgir, por incrível que pareça a discriminação de muitos. “Isso não dá certo, Você é maluco, Isso é coisa do passado”. Muitos iam até assistir aos meus treinos, então passei a filmar e fotografar os treinos enviava por e-mail para os colegas.
Uma etapa dolorosa pra mim, mas que me rendeu muita grana foi a venda de todos os meus molinetes e todos os caniços que não compensavam ou que não podiam ser transformado para carretilha, EX: Alguns caniços telescópicos. Mais uma discriminação começou a surgir, “Você vai se arrepender, você tá querendo aparecer” Nunca respondi nenhumas das provocações e discriminações, respondia apenas com resultados pescando de igual pra igual na beira da praia.
Até que os resultados começaram a surgir, pescarias distantes que ninguém alcançava com molinete, então os que me discriminaram começaram a chegar pra perto, perguntar e querendo saber o que era necessário para alcançar a distância que eu estava alcançando.
Poderia eu responder de forma grosseira e vomitar tudo o que me disseram, mas pensei comigo, “Eu sou diferente”. O ser humano tem uma grande dificuldade de aceitar mudanças, mudei por que queria evoluir eu queria ser diferente dos colegas de pescaria, não para aparecer eu queria alcançar a distância que o molinete não alcançava e ter a precisão que o molinete não me favorecia nas pescarias de meia e beirada.
Os meses passaram e como diz um amigo meu “Você contaminou uma meia dúzia de pescadores”. Hoje os que me discriminaram estão pescando com carretilha e me consultam sempre sobre material e mais além me procuram para modificar seus caniços, transformando-os para carretilha.
Este mundo é engraçado.
Seja você também diferente, contamine as pessoas ao seu redor com a sua alegria.
sábado, 25 de abril de 2015
Híbrido Progresivo
Diferentemente da forma convencional que já funciona muito bem, sendo feito claro da forma correta essa novidade desenvolvida por mim, proporciona uma grande melhoria na parte estética e funcional, eliminando o degrau, fazendo que ela envergue por igual transformando a ponta maciça efetivamente em uma extensão da parte tubular. Isto garante um desempenho acima do esperado de um caniço híbrido. Trabalho executado com equipamentos específicos para união das partes.
Mesmo que discreto devido a pintura um degrau ainda existe e sendo um ponto onde efetivamente a parte em alguns casos apenas garante a curvatura por igual.
Na parte oca, o local do corte e preparo para receber a parte maciça.
Parte oca e maciça unidas e com degrau reduzido.
Ponta já totalmente trabalhada e pintada.
A esquerda uma ponta enxertada por uma renomada fábrica, reparem a queda brusca na união das partes. A direita a progressividade garantida pelo híbrido progressivo.
Raríssimas exceções temos caniços agulhados de fábrica onde a ponta enxertada acompanha de forma gradual a parte oca.
Você que tem um caniço híbrido em casa faça o teste. Raros blanks permitem isso. Com este método é possível realizar este trabalho em qualquer blank que seja.
Mesmo que discreto devido a pintura um degrau ainda existe e sendo um ponto onde efetivamente a parte em alguns casos apenas garante a curvatura por igual.
Na parte oca, o local do corte e preparo para receber a parte maciça.
Parte oca e maciça unidas e com degrau reduzido.
Ponta já totalmente trabalhada e pintada.
A esquerda uma ponta enxertada por uma renomada fábrica, reparem a queda brusca na união das partes. A direita a progressividade garantida pelo híbrido progressivo.
Raríssimas exceções temos caniços agulhados de fábrica onde a ponta enxertada acompanha de forma gradual a parte oca.
Você que tem um caniço híbrido em casa faça o teste. Raros blanks permitem isso. Com este método é possível realizar este trabalho em qualquer blank que seja.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Conceitos sobre passadores e novidades
Introdução
Esta é a forma convencional, onde
o diâmetro dos passadores são maiores e a espiral quase não termina. Desta
maneira a perda de rendimento é certa, a vara fica com muito peso e
desconfortável, dificultando ainda mais o trabalho do pescador.
Esta é uma comparação dos passadores utilizados na época de forma convencional e com a aplicação da teoria de Omura.
Anos mais
tarde em 1995 foi desenvolvido o conceito New
Concept Guide, que consiste em aproveitar ao máximo a capacidade do blank
numa distribuição de passadores harmônica evitando ângulos e enroscar a linha
nos passadores, no caso das carretilhas além dos fatores já citados, evitando
que a linha encoste-se ao blank.
Ângulos excessivos causam
desgaste precoce da linha e também uma maior envergadura do blank.
LC:
Antes de
tudo gostaria de ressaltar que o conteúdo deste documento é baseado em
experiências pessoais em oito anos customizando e reformando varas de pesca
e na teoria de Ryuichi Omura Fujikogyo Presidente da segunda
geração da Fuji, que desenvolveu a Teoria de Omura em 1966 causando um reboliço na área e trazendo
muitas críticas e discórdias até hoje.
A teoria se baseia em reduzir o diâmetro do primeiro e/ou segundo passador para que a espiral gerada pela saída da linha no molinete seja reduzida e a linha siga com menos atrito pelos outros passadores. Essa teoria se aplica em varas com molinete e carretilhas usando linha de náilon. O caso das carretilhas não se trata de espiral, mas sim ondulações que criam uma senoidal. |
Um pouco da história do passador
Linha do tempo dos
passadores Fuji:
Edição Limitada lançada em
2001 com anéis em Rubi e Safira.
HHG,FHG e HVSG:
Foram os primeiros passadores da Fuji a serem comercializados com este conceito, já descontinuados pela Fuji nos tamanho 20/16/12/10/8 com uma estrutura alta e com diâmetro reduzido para eliminar as espirais e afasta-las do blank.
Ilustrações para melhor entendimento
Aqui já
é mostrado com passadores de diâmetro reduzido, podemos perceber que a espiral
é reduzida já quase por completo no primeiro passador.
Esta é uma comparação dos passadores utilizados na época de forma convencional e com a aplicação da teoria de Omura.
New Guide Concept + KR Concept = Fuji. Guide Concept
Em
uma distribuição mais harmônica utilizamos o blank de uma forma mais
proveitosa, sem exceder seu limite com pouco peso para arremesso e arrasto,
consequentemente fazendo menos esforço.
Modelos de passadores e aplicações
Diversos
modelos e cada um para uma aplicação diferenciada, onde às vezes confundem a
cabeça dos iniciantes da customização. Citar todos os modelos de passadores
fica extenso e maçante, então falarei apenas dos que estão em evidência e
alguns tipos e aplicações. LC(Low Rider), KW, RV, Micro Wave e
Torzite.
Comparativos:
Conforme a evolução dos
passadores a espiral é finalizada cada vez mais cedo.
O LC tem como proposta de reduzir as
espirais do molinete com sua montagem invertida e diâmetro reduzido, como já
foi exposto anteriormente.
Em
meados de 1999 o passador LC conhecido como Low Rider foi criado, nos diâmetros
20-16-12-10-8-6, com ele trazendo uma evolução dentro da teoria de Omura, sua
anatomia e montagem favorecem muito mais ainda a diminuição das espirais.
Montado
de forma invertida no seu primeiro e talvez o segundo passador criam um embate
fazendo com que as espirais já diminuam no primeiro e segundo passador
dependendo do caso. Quando se monta uma vara de uma parte, usam-se os dois
primeiros invertidos, em varas de duas partes onde os dois
primeiros passadores ficam no primeiro estágio monta-se com os dois
invertidos, em varas de três partes, onde os dois primeiros passadores ficam no
segundo estágio também se monta invertidos.
Mas
muitos não se atentam a realidade dos fatos e não olham como o sistema funciona
e que se pode fazer essa montagem com qualquer tipo de passador, basta
respeitar as regras.
No
próprio catálogo oficial da Fuji vem mostrada a montagem do tipo Low Rider com
passadores da série K. Algumas limitações são impostas em cima dos passadores
LC, uma delas é o diâmetro da linha utilizada, ela não pode ser maior que
0.24mm, sendo acima perderemos a eficiência, para uso da montagem Low Rider com
linhas mais grossas é necessária à montagem com passadores da série K
respeitando os limites das linhas variando a cada 0.05 e 0.05 mm na espessura
da linha correspondente ao passador. Ex:
Linha 0.25mm começar com passador Nº 25, linha 0.30 começar com passador Nº 30
e assim por diante. Os passadores KW não tem a necessidade de serem montados
invertidos como os LC, apenas de muitos montadores na Europa montarem dessa
forma.
Algumas empresas
usam o LC (Low Rider) de forma errada, não distribuindo de forma correta e
usando passadores de forma indevida, detalhes que a Fuji não menciona em seu
catálogo, as medidas propostas por ela são apenas para referência, não se
aplica da mesma forma em todas as varas, cabe ao customizador ter a percepção
da necessidade e aplicar da forma correta a distribuição.
O caso em
questão é que ao usar os dois passadores muito próximos um do outro, existe a
necessidade de também inverter o segundo, pois as espirais não foram
devidamente reduzidas, normalmente onde a necessidade exige dois passadores no
estágio do meio ou segundo estágio invertidos. Empresas de renome como Shimano
e Daiwa aplicam desta forma, outro erro grave é a quantidade de passadores o
conjunto foi feito para ser usado 6 a 7 passadores no entanto muitos utilizar
até 12 passadores, atrapalhando o desempenho do blank e tendo um gasto
desnecessário.
Em casos na
montagem para molinetes os comentários se aplicam, já com carretilhas, não
invertemos os passadores.
Varas Shimano com o o segundo
passador invertido.
Na
primeira foto acima podemos observar três passadores no segundo estágio
totalizando 9 passadores em toda vara e também sem a inversão do segundo
passador, já na segunda foto o segundo passador não está invertido.
KW:
Os KW retrocedem um pouco aos antigos passadores largos, mas não
deixando de lado a possibilidade de uma montagem Low Rider, promete evitar as laçadas com sua anatomia inovadora.
A proposta da série K, além de utilizar a antiga teoria de
Omura também desfaz as laçadas nos passadores.
A montagem com a linha K
utilizando o primeiro passador invertido, na tentativa de copiar a montagem com
LC é errada e vai ocasionar problemas direcionando a espiral para o blank,
tanto para molinete quanto para carretilha.
RV-H e Arowana Top:
Neste ano de 2015 foi lançado o RV-H – Reverse Guide, que nada mais é
que uma mistura do conceito dos passadores
LC aliado ao anti-laçadas do KW,
fazendo um embate para as espirais da linha, a novidade é uma leve inclinação
para cima, fazendo com que as espirais se afastem do blank, disponíveis apenas
nos tamanhos 25 / 20 /16, para serem usados apenas no início da montagem e em
qualquer vara sendo que os demais passadores ficam a escolha do Custom Rod e/ou
Cliente. Jutamente lançado o Arowana Top,
com uma leve inclinação para fora.
Reverse Guide tamanhos
25/20/16com anel Torzite F .
Arowana Top tamanhos 3.5/5/5.5
em anel SIC e 6/7/8 em anel Torzite F.
Comparativos em tamanhos,
altura e largura dos passadores RV,LC,MN e KW.
Redução significativa da
espiral logo no primeiro passador.
Função Anti-Laçadas.
Montagens LC, KW e RV.
Micro Wave:
O Micro Wave, foi desenvolvido pela empresa American Tackle Company com a proposta de também reduzir as
espirais para varas de Spinning. O sistema
MicroWave Guide System by the American Tackle é composto de:
1 Stripper Guide – Reduz as espirais.
1 Transition Guide – Faz a transição das espirais reduzidas para os
passadores menores.
Running Guides –
Fazem o restante do percurso da linha. Quantidade variável de acordo com o
tamanho da vara. Também chamados de TidalWave.
Resumindo, eles tiveram a grande
sacada de usar a antiga Teoria de Omura em varas de Spinning, mas não pensaram
no grande impacto que as espirais exercem no Stripper Guide, onde tem ocorrido quebras deste passador e o TidalWave é uma cópia muito mal feita do
modelo KT de pata única fabricado
pela Fuji.
Torzite:
O Torzite é a novidade que está revolucionando, mas na verdade tem
como conceito a vela teoria de Omura e a aplicação nos passadores LC.
Para entender melhor, vamos a uma
pequena explicação de como funciona a ação da linha no anel do passador.
Mais resistência, mais leveza e
menos atrito, essa é a proposta da gigante Fuji.
Os passadores Trozite consistem na diminuição em 40%
da área do anel fazendo com que a linha corra com mais facilidade.
A passagem da linha pelo passador
gera um atrito, e com isso a perda de rendimento é um fator que influência
diretamente no resultado do arremesso e consequentemente no resultado final da
pescaria.
Materiais como Hardloy, Pedra
Onix, Óxido de Alumínio, Zircônia, Alconite e SIC ficaram para traz no tempo
assim como muitos materiais usados no passado. Uma cerâmica com proximidade ao
anel em SIC tem um atrito muito menor por sua superfície extremamente lisa,
diminuindo o atrito. Sua resistência supera os anéis de metal e SIC sendo
quatro vezes mais forte e resistente.
Para sua fácil identificação uma
marca a Laser com o Nome TZ Torzite
é impressa na estrutura do passador.
Existem dois tipos de Torzite para aplicações distintas que
devem ser observadas pelo profissional que irá usa-los. Temos o Trozite F e o R.
O F é utilizado onde atritos são gerados por o toque da linha na
estrutura do passador, ele possui uma rebarba onde evitará que na batida da
linha ele siga seu fluxo sem encostar na estrutura do passador, da mesma forma
em ponteiras para que não encoste em sua estrutura.
Normalmente são usados nos
primeiros passadores e ponteira apenas, para o restante dos passadores o Torzite R pode ser utilizado sem
problemas.
Esta figura mostra claramente como é a estrutura do Torzite F e R em comparação ao SIC.
Considerações:
Diante de tanta evolução temos
que admitir que a tecnologia e estudos nos mostra baseados em resultados a
eficiência desta novidade, mas nada disso vai mudar o fator Sorte, que pra mim
é o principal em uma pescaria bem sucedida.
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